APÓS AÇÃO DO SINDICATO, SAEP VOLTA ATRÁS E ANULA PUNIÇÕES DADA A SERVIDORES.

Superintendente anulou também processo administrativo disciplinar que tramitava em desacordo com a legislação.


Na tarde de ontem (02), os servidores do SAEP que haviam sido
punidos nos últimos 16 meses, foram chamados até o prédio administrativo da autarquia para uma reunião com o departamento jurídico daquele órgão público.
No local os servidores receberem a notícia de que, as punições que haviam sofrido seriam anuladas e retiradas de todos os seus registros funcionais.
Os servidores foram informados ainda que, “a partir de agora será formada uma Comissão Permanente de Sindicância para apurar eventuais infrações disciplinares dos servidores, concedendo o direito à todos de se defenderem das acusações.”
A decisão ocorreu após repercutir a notícia de que o Sindicato havia conseguido na justiça a anulação de uma advertência dada a um funcionário da autarquia, pelo simples fato deste ter fotografado uma enorme aranha que rondava seu ambiente de trabalho. O Sindicato havia denunciado que a Autarquia estava punindo servidores sem a realização de processos administrativo disciplinar, o que fere o princípio constitucional do contraditório e da ampla defesa. (Leia mais aqui)
Segundo informações o Superintendente do SAEP, João Alex Baldovinotti, seguiu orientação da Procuradoria Geral do Município, que recomendou que todas essas punições fossem revistas.
Na denuncia do Sindicato, o Presidente da entidade Odirley Montesino,  citou que, após oficio encaminhado ao SAEP, o Superintendente decidiu nomear uma comissão para apurar eventual falta de um servidor, mas segundo Odirley, essa comissão também teria sido formada de  maneira ilegal.
Desta forma, seguindo também recomendação da PGM, o Superintendente revogou a Comissão e anulou todo processo administrativo contra esse servidor, o ato foi publicado no Diário Oficial do Município no final da tarde de ontem (02).
Para o Presidente do Sindicato, Odirley Montesino, a anulação das punições e a criação de uma Comissão Permanente de Sindicância restabelece a garantia constitucional dos servidores municipais. 
Odirley disse que o Sindicato ficará atento e, se for necessário, participará dos processos sindicantes, prestando toda assessoria jurídica aos servidores, para que estes não sofram abusos. “É nosso dever garantir que os servidores tenham seus direitos constitucionais respeitados.”


Procuradora do SAEP teria relutado :

Esperava-se que a reunião de ontem, entre servidores e Autarquia, seria comandada pela Procuradora da Autarquia, Renata Cassiano, responsável pelos pareceres que ensejaram nas punições, porém quem recepcionou os funcionários foi o assessor jurídico do SAEP, Atila Porto, pois segundo funcionários, a Procuradora estaria contrariada, porque na visão dela, as punições deveriam ser mantidas mesmo que irregularmente e o servidor que quisesse deveria pedir na justiça a anulação, o que não foi aceito pelo Superintendente.
Após o episódio houve rumores de que a Procuradora, que foi nomeada pelo Superintendente e ocupa cargo em comissão (o que, segundo especialistas, seria inconstitucional), estaria de saída da Autarquia, fato que ainda não se confirmou.
Sobre esse fato o Vice-Presidente do Sindicato, Joaquim Leme, disse que a conduta da Procuradora só demonstra a dificuldade que a mesma tem de reconhecer seus erros. “A Procuradora deveria ter mais humildade, nada disso teria acontecido (ação judicial) se quando o Sindicato pediu ela tivesse anulado as punições de cara, era só ela reconhecer que não poderia punir servidores do jeito que bem entendesse e estaria tudo certo, faltou humildade a procuradora”, disse Joaquim.
Já a Advogada do Sindicato, Dra. Fábia Rocha, disse esperar que a Autarquia também restitua os valores descontados de alguns servidores que foram punidos com suspensões, para a Dra. Fábia essa atitude será a mais coerente e evitará maiores prejuízos aos cofres da Autarquia. “Se eles não devolverem (o valor descontado) vamos entrar com ação judicial e provavelmente serão condenados a devolver e  inda terão que pagar os honorários advocatícios, isso irá trazer um prejuízo desnecessário aos cofres da Autarquia.”, disse a Dra. Fábia.





Câmara Municipal de olho na Autarquia:

Ainda na noite de ontem, na sessão a Câmara Municipal, houve um pedido de informação, assinado pelos vereadores, solicitando que a Autarquia informe a quantidade de processos trabalhistas que o SAEP responde na justiça, pois segundo comentários, "desde que a Dra. Renata assumiu a Procuradoria da Autarquia, o número de demandas aumentou consideravelmente, pois os pedidos administrativos são indeferidos sem maiores fundamentações", o que estaria levando a Autarquia a arcar com prejuízos vindos de condenações judiciais, diz um dos vereadores que assinou o pedido.
Agora o SAEP terá 15 dias para apresentar as informações aos vereadores, que dependendo do conteúdo das informações, poderão tomar outras medidas, inclusive abrir uma CEI (Comissão Especial de Inquérito) para averiguar a conduta da Procuradora.
A Procuradora já esteve na mira da Câmara Municipal por ter furado a fila dos precatórios.
No começo desse ano um precatório com vencimento em 2019 foi pago, sem que os precatórios de 2018 tivessem sido liquidados, ou seja, não foi respeitada a ordem cronológica de pagamentos, esse procedimento contraria a Constituição Federal.
Em sua justificativa, a Procuradora disse aos vereadores que cometeu um “equivoco” e por isso pagou o precatório antecipadamente. Porém a justificativa não convenceu alguns vereadores, mas o que chamou a atenção deles foi o fato do “equivoco” ter sido percebido somente após o pedido de informação feito pela Câmara.
“A Procuradora tem se equivocado muito ultimamente, ela falou, inclusive, que o precatório pago antecipadamente vencerá só em 2020, pois foi emitido antes de 1° de julho de 2018 e entrará na proposta orçamentaria do ano seguinte. Realmente ela tem razão, no que tange a emissão do precatório, mas o ano seguinte é 2019.”, disse um vereador, que concluiu dizendo “Parece que a Autarquia está sem ninguém no departamento jurídico, é preciso abrir concurso público urgente, fazer uma prova e contratar um advogado de carreira", referindo-se ao fato de que tanto a Procuradora, quanto o assessor jurídico serem ocupantes de cargos comissionados.




Fonte: Assessoria de Imprensa do Sindicato